quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Alípio Mumic e Alice do Nascimento Mumic

ELES ESCREVERAM UMA LINDA HISTÓRIA DE VIDA

As duas famílias – Mumic e Torquato do Nascimento - tornaram-se amigas e os filhos de ambas, os mais velhos, costumavam sair a passeio juntos. Alípio acabou por ser uma espécie de “guarda-de-segurança” das jovens donzelas das duas famílias e as levava seguidamente ao cinema, à sorveteria Spósito, às festas religiosas ou, simplesmente, para dar voltas no jardim da praça. Surgiu uma grande camaradagem entre ele e Alice e da amizade nasceu o namoro, e do namoro o casamento. O casamento foi realizado no dia 25 de janeiro de 1928, com a presença de parte significativa da sociedade paraisense. Foi celebrado por Monsenhor José Felipe da Silveira. Alípio estava com 22 de idade, e Alice com 20. A festa, no grande barracão da fazenda de Domingos Carrito, foi grande e concorrida. Havia champanhe francês em abundância, os salgadinhos da época (pão de queijo com pernil, pasteis e crocretes)e uma grande variedade de docinhos caseiros. E claro, não faltou o famoso bolo de casamento! Encerrados os festejos do casamento, o casal foi para a casa que fora construída, ao lado da de Carlos e Francisca Mumic, especialmente para eles.

Alípio e Alice, como os próprios pais, constituíram uma grande família, com seus oito filhos: Eliana, Edna, Edilberto, Enny, Marlene, Neyde, Carlos e Alípio.

Bodas de Prata

Residiram na casa construída próxima à casa de Carlos e Francisca Mumic e perto do Cortume Santa Cruz, por cerca de 17 anos. Com o passar do tempo, a casa foi ficando pequena para tantos filhos. Nesse período já haviam nascido Eliana, Edna, Edilberto, Enny, Marlene e Neyde. Sentiram, então, necessidade de ter uma moradia um pouco maior, com um pedaço de terra só deles. E Alípio, que sempre vivera e trabalhara debaixo dos olhos vigilantes e exigentes do pai que fazia questão de administrar a vida de cada membro da família, ansiava por poder olhar sozinho pela própria família, por ter uma vida um pouco mais íntima com a esposa e os filhos. Comprou do sogro, Domingos Carrito, uma porção de terra da fazenda vizinha do curtume, e ali construiu uma casa e formou uma pequena chácara onde nasceram Carlos e o último membro da família, Alípio Mumic Filho. Após a morte do pai em 1944, Alípio assumiu a gerência dos negócios do curtume que passou por grandes reformas. Apesar de ter concluído apenas o curso primário, tinha uma grande capacidade administrativa e uma visão do mundo muito avançada para as pessoas do seu tempo. Empenhou-se a fundo para que dar educação de qualidade para todos os filhos. Eliana, a filha primogênita , casou-se em 14 de maio de 1947, com Fernando Ferreira Chagas. Em 1951, a família mudou-se para a nova e imponente casa construída na Avenida José Bonifácio, 546, posteriormente chamada de Avenida Carlos Bérgamo. A casa chamava a atenção tanto pelo tamanho, quanto por ser uma construção bem moderna para a época. E a medida que os anos passavam os filhos foram se formando e as mudanças acontecendo na família. Marlene, em 1955, decidiu assumir a vida religiosa e ingressou como noviça, na Congregação das Irmãs Dorotéias. Edilberto casou-se, em 1956, com Cezarina Porto Mumic. Em 1958, mais dois casamentos: o de Neyde com Adalberto Pimenta Peres, no dia 16 de julho, e o de Enny com Antônio Roque Gobbo, no dia 30 de outubro. No ano seguinte, no dia 14 de maio, casaram-se Edna e Sebastião Antônio da Silveira. Os negócios no curtume continuavam prosperando, mas Alípio sentia-se incomodado com a situação da cidade que havia adotado como sua. Enquanto outras cidades se beneficiavam da ajuda que vinha do governo do estado, Paraíso nada recebia. E então, ele que nunca quisera se imiscuir em política, sentiu que era hora de fazer alguma coisa no sentido de conquistar as beneces do governo estadual. Aliou-se, então, ao sr. Delson Scarano e junto com ele trabalhou para elegê-lo Deputado Estadual. Com Delson Scarano representando São Sebastião do Paraíso na Assembléia Legislativa, a perspectiva política da cidade melhorou: Paraíso começou, enfim, a receber a atenção do Governo Estadual. Empolgado com as mudanças que estavam acontecendo, Alípio Mumic resolveu a aceitar o convite do deputado Delson Scarano para se candidatar a prefeito de São Sebastião do Paraíso. Alípio Mumic foi eleito Prefeito Municipal para a legislatura de 1967 a 1971 e, concorrendo à eleição de 1972, foi novamente re-eleito para o período de 1973 a 1977. Após intensa e frutívera vida política (descrita no blog "Prefeito Alípio Mumic), retirou-se da vida pública e voltou a executar sua função de gerente do Cortume Santa Cruz Mumic Ltda. Alguns anos mais tarde, com mais de 80 anos, afastou-se definitivamente do trabalho no curtume e, para passar o tempo e continuar exercitando-se fisicamente - sua grande preocupação - começou a cuidar de uma horta de verduras, o que fez até pouco antes de completar 90 anos. Durante todo o tempo em que o esposo, Alípio, esteve na vida política, Alice, como primeira-dama, recepcionou políticos em sua casa e exerceu a função de presidente do Posto de Puericultura da cidade.

Alípio e Alice festejaram os 70 anos de casados junto dos filhos, genros, noras, netos e um bisneto, em 1998. Viram juntos chegar o século XXI. E esperavam comemorar também, os 75 anos de casamento. Mas Alípio Mumic faleceu no dia 16 de julho de 2002, um mês antes de completar 95 anos. Alice viveu ainda mais dois anos, até o dia 8 de março de 2004. Estava, então, com 96 anos e meio anos de idade. Os dois, Alípio Mumic e Alice do Nascimento Mumic, construíram uma linda e grande família e uma maravilhosa história de amor e união.

O espírito de união que o casal passou para os filhos durante suas vidas, permanece ainda entre os membros da família. Na foto acima, uma parte deles, reunida no sítio de Carlos e Marly Giachero Mumic, em 2005. Clique para voltar ao índice